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DOURAL

Ambicioso, observador e inteligente, Assad Abdalla nasceu em Homs na Síria no ano de 1870. De origem modesta, seu pai era dono de uma padaria. Quinto entre seis irmãos, só frequentou um ano de escola, pois teve que começar a trabalhar muito cedo. Foi aprendiz de sapateiro, tecelão e aos 15 anos cortava e manejava pedras (material usado em construções em Homs). Desde então começou a calçar ruas tornando-se feitor da prefeitura.

Durante o inverno rigoroso fazia pequenas obras no interior e recebia seu pagamento em gêneros que então vendia na cidade: lentilha, grão de bico, sacos de aveia, trigo e carneiro. Isso serviu de treino para o comércio que mais tarde exerceria aqui no Brasil. Em 1895, aos 25 anos, devido à difícil situação econômica em seu país, emigrou para São Paulo com seu primo Nagib Salem e outros conterrâneos. Começou a mascatear, por conta de patrícios, carregando nas costas a grande caixa, cheia de armarinhos, chamando os fregueses ao som da matraca pelas ruas dos bairros da Penha, de Santana e arredores.

Meses depois tanto Assad como Nagib já trabalhavam por conta própria. Nesse período muitas atividades econômicas, a maior parte delas tocadas por imigrantes, acabaram se concentrando na região da 25 de Março. Os portugueses especializaram-se na venda de produtos agrícolas, armarinhos e tecidos; os alemães, em máquinas e instrumentos metálicos; os italianos, em materiais de construção em geral e lavanderias, padarias, barbearias e alfaiatarias. Havia também um pequeno núcleo de mascates sírios e libaneses trabalhando na praça do mercado. Solteiros e pobres, os imigrantes residiam em pensões baratas e cortiços localizados em suas imediações e na maioria das vezes, em porões de velhos sobrados dessa antiga região da cidade. Começa então a primeira referência de casa de comércio nas mãos de sírios e libaneses, que se iniciavam aos poucos no varejo.

Nessa época, mais de 90% dos vendedores da cidade de São Paulo eram sírios e libaneses. A escolha do comércio de tecidos e armarinhos deu-se devido a menor concorrência. Homem essencialmente prático e objetivo, Assad decide então em 1900, criar um fundo de reserva para aquisição e construção de imóveis em geral.

Nesse mesmo ano, próximo de completar seu trigésimo aniversário, constitui sua primeira empresa e montou duas lojas, uma na 25 de Março e outra na rua João Alfredo, atual General Carneiro.

Algum tempo depois, as duas lojas da Rua 25 de Março são compradas e, no número 141, hoje 595, começa a ser construída a sede da empresa. Mais tarde no pavimento superior, Assad passa a morar com sua família. O número 141 da Rua 25 de março tornou-se famoso, pois todos os artigos, como algodãozinho, o alvejado, levavam o número da loja e a marca tornou-se conhecida por todo o Brasil. Aos 33 anos, casa-se em São Paulo com a prima Corgie Hadad, de 22 anos. Assad sempre dizia que devia a esposa grande parte de seu sucesso.

De fato, em Homs, Corgie se tornou muito cedo responsável pelas tarefas domésticas e pelo cuidado com os irmãos, além de ajudar na pequena tecelagem familiar. Ao se casar e construir família, Corgie foi a parceira ideal na dura empreitada dos primeiros anos.
De personalidade forte, trabalhadora, mãe de dez filhos, foi o orgulho e grande companheira de Assad. É da família de Corgie a preocupação com as raízes, com a história. Era uma mulher comprometida com as questões sociais, na qual participava de inúmeras obras beneficentes. Seu nome ficou registrado na história de São Paulo ao ser homenageada, anos mais tarde, no bairro do Morumbi, com a Rua Corgie Assad Abdalla.

Na nova loja, Assad começa a trabalhar com artigos importados diretamente por ele, e entre 1908 e 1912, faz três viagens à Europa para comprar mercadorias. Naquele tempo, quase tudo era importado da Inglaterra, Alemanha e França. Trabalhador incansável foi aos poucos galgando a posição de grande comerciante.

Em 1912, obedecendo ao princípio de retirar anualmente metade dos lucros e aplicá-los em imóveis, Assad adquire terreno na periferia de São Paulo, no Tatuapé, área onde futuramente ruas seriam inauguradas. Assad era um homem de grande visão, e dizia que para saber como São Paulo seria dali 30 anos, era preciso olhar atrás 30 anos, e não imaginava que, mais tarde, construiria a praça de esporte do Parque São Jorge e que a venderia ao clube mais popular do Brasil: o Corinthians.

Até então, o grande comércio atacadista e o setor industrial se concentrava no Rio de Janeiro. Mas, com o fim da Primeira Guerra Mundial, São Paulo começa a desenvolver com êxito essas atividades e, pressentindo as mudanças, Assad manda seus filhos mais velhos estudarem no exterior. Vale dizer que os primeiros anos de escolarização de todos os filhos foram realizados no colégio Sírio Brasileiro e outros colégios árabes.

Além da vida familiar e empresarial, Assad profundamente religioso, incentiva projetos da colônia síria nas áreas educacional, religiosa, recreativa e social, fazendo doações importantes ou liderando coleta de fundos. Antes de falecer em São Paulo, aos 80 anos, Assad trabalhou por muito tempo com seus filhos e soube ensiná-los muito bem que a família é a base da sociedade e que é necessário trabalhar duro para tocar os negócios adiante.

A Nova geração: Aos filhos, netos e bisnetos, Assad Abdalla deixou suas reflexões, ensinamentos e a missão de gerir e administrar os negócios da família. Uma tarefa difícil que, para tanto, seria necessário muito esforço, criatividade e ousadia. Sem precedente na região, a nova geração começa a comercializar cortinas prontas.

Nessa época, a comercialização só era feita por encomenda. Porém a visão empreendedora de Assad Abdalla Neto, sabendo ouvir seus clientes, o faz ter a idéia da padronização, que muitos de seus concorrentes achavam loucura, pois pensavam que cada cliente iria querer um tamanho diferente. Ele insistiu e a idéia de vender cortinas prontas com medidas definidas foi um grande sucesso.

A Prioridade é o cliente:
Os Assad Abdalla acreditam que, ouvindo a opinião de seus clientes, vendedores, amigos e funcionários, novas e boas idéias surgem. Dessa maneira começaram a diversificar seus negócios e, além de vender cortinas, artigos para cama, mesa e banho e ter o maior Showroom de tapetes do Brasil com mais de mil metros quadrados, passaram a comercializar utilidades domésticas itens para decoração, eletroportáteis e eletrodomésticos. E assim como o idealizador Assad Abdalla, a nova geração viaja por todo o mundo em busca de melhores produtos e preços. Começa então a ser desenhado um novo perfil e a empresa novamente sai na frente. Contrariando os hábitos de consumo da região e de seus concorrentes, passa a oferecer os serviços de lista de casamento, chá bar, lista de casa nova. Desenvolvendo um espaço exclusivo para noivas, a loja com 200 metros quadrados desenhados pelo escritório René Fernandes Filho Arquitetos Associados conquista atuais e novos clientes diariamente. Em outro espaço da loja, é criada a área de presentes em que funcionários são treinados para ouvir as necessidades dos clientes e, por conta disso, a loja passa por constantes transformações. A prioridade é atender os clientes cada vez melhor.

Sempre Inovando:
Com uma variedade de mais de 60 mil itens, alguns exclusivos, a empresa consegue atender públicos de diferentes classes sociais. Algumas marcas de alto valor agregado que antes só podiam ser encontradas na região dos Jardins passam a ser vendidas na 25 de Março. Uma tarefa nada fácil, pois outras empresas do ramo concentradas em regiões supostamente mais nobres da cidade pressionavam os fabricantes uma vez que não queriam que algumas marcas "elitizadas" fossem vendidas em um centro popular. Novamente os Assad Abdalla saem na frente lançando um serviço para quem não pode -ou não quer - ir até a 25 de Março: o serviço de e-commerce em seu site. Além do consumidor final, a loja atende também o ramo de hotelaria com produtos de cama, mesa e banho, tapetes, cortinas, cozinhas e decoração. Assim como quem quer comprar iluminação vai à rua Consolação, quem quer ter mais opção em itens como tapetes, cortinas, cama, mesa, e banho e utilidades domésticas tem de ir a 25 de Março. O propósito da Doural é vender a maior variedade possível de itens. Hoje são mais de 35 tipos de cafeteiras ou mesmo 70 tipos de moedores de pimenta. Assad Abdalla - um dos pioneiros do comércio da 25 de Março, da época em que a rua ainda era calçada de paralelepípedos e os vendedores usavam terno, gravatas e chapéu - não poderia imaginar que, mais de 100 anos depois a loja fundada por ele em 1905, atrairia tanta gente de diversas classes e de diferentes lugares do país.

  (11) 3328-6228
Whatsapp da loja DOURAL  (11) 96353-0836
Rua 25 de Março, 575/595    + desta rua

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